O Pacto dos Clubes e a Caça ao Tesouro Perdido…
Numa jogada tão ousada quanto uma bicicleta mal calculada, Flamengo, Fluminense, Internacional e Fortaleza decidiram unir forças e criar o “movimento do cheque pré-datado”. O lema, digno de um cartaz de churrascaria: “Não pagou, não joga!”. Durante o II Simpósio de Direito Esportivo, que mais parecia uma conferência de mágicos tentando descobrir a melhor forma de fazer dinheiro desaparecer, os presidentes discutiram como o fair play financeiro poderia impedir a mágica crescente do desaparecimento de pagamentos nos clubes.
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo, sugeriu que a solução está a um clique do mouse: se não pagou pelo ingresso do craque no grande circo da bola, ele se acorrenta à cadeira e não joga! Bastaria um e-mail bem colocado para resolver a questão. Flamengo e Internacional podem até estar brigando na “copa do fiado”, mas juntos, deram um cartão vermelho para a prática do “pague quando puder”. E assim, o Corinthians foi nomeado o Pinóquio do futebol pelo hábito de engordar a lista de caloteiros da bola, acumulando compras sem nunca deixar um centavo de gorjeta.
O presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, filosofou como um Sócrates dos Pampas sobre o jogo de cintura necessário para que o Flamengo de hoje não vire o Internacional endividado de amanhã. Ele prega paciência, planejamento e um pouquinho de bom senso – que, aliás, anda mais em falta do que as chuteiras de ouro. Mas no fim do dia, enquanto bancos e flamenguistas tentam descobrir quem deve mais, os clubes sonham com um futebol onde os gols são pagos e as promessas não são como vagalumes: luzes passageiras na noite escura do futebol.