Arrascaeta ensina a dançar tango no Allianz Parque…

Imagine um cinema mudo dos anos 20 onde Charlie Chaplin joga um bolão nas redes sociais em pleno Allianz Parque. O astro dessa comédia? Weverton, o goleiro que resolveu testar os limites da paciência flamenguista, fazendo cera como um artista que pinta o cenário do caos no estádio do Palmeiras. Porém, algo saiu do roteiro clássico: Arrascaeta, com a precisão de um relojoeiro suíço, desencadeou um drible desconcertante que deixou Murilo bravo como um guarda de trânsito no centro de São Paulo. Resultado: pênalti! E com a graça de um maestro, o uruguaio transformou a cobrança em pura poesia futebolística, balançando as redes e o ego do pobre Weverton como se fosse um bolero desafinado.

Na tentativa de repaginar uma obra-prima de época, o VAR veio com seu charme robótico para dar o selo de autenticidade ao trabalho de arte involuntária no campo. Enquanto isso, nas arquibancadas digitais, torcedores não contiveram a imaginação, criando uma onda de memes digna de festival de Cannes, sem as pipocas selfies de sempre. Arrascaeta, como protagonista da noite, não só marcou mais um gol, mas também conquistou a coroa de artilheiro do Brasileirão, dançando sobre sonhos verdes e cementando sua fama entre as pinturas históricas do clube.

E não é que a novela teve direito a outros capítulos? Na metade do primeiro tempo, em reviravolta digna de um final de novela das oito, o Palmeiras teve sua chance na marca da cal. Piquerez quis imitar o passo lendário de Arrascaeta, mas seus pés tropeçaram na banda sonora do destino. Rossi, o herói no modo ‘segura peão’, fez defesas alucinantes e garantiu que o Flamengo saísse invicto. Próxima parada: Libertadores, onde o épico continua no Maracanã, ao som inesquecível do narrador Rafa Penido, transformando drama em pura comédia rubro-negra, com uma pitada de samba e humor carioca.