Narrador Rouco e Delírios Futebolísticos…

Se no Maracanã a zebra do Juventude virou unicórnio desaparecido, quem brilhou foi o narrador! O coitado acabou mais rouco que um pato gripado, após emitir decibéis dignos de um leão em época de acasalamento. O homi sonhou com o sétimo e oitavo gols como se contasse ovelhas saltitantes. E Pedro, nosso artilheiro, fez mais gols do que uma máquina de pinball descontrolada.

Eis que o Flamengo, livre das zebras da Libertadores como quem despacha sapos da soleira, transforma derrotas em matérias-primas para a transmutação alquímica do futebol – não ficaria surpreso se ganhasse de quem já perdeu, por telepatia e pura teimosia. O Juventude teve uma noite de lobisomem, zanzando desnorteado e insone. É de estranhar quem torce o nariz para Filipe Luís. Aviso aos saudosistas de mesa de bar: até o Flamengo de Jorge Jesus tomou um cruzado do destino. Derrapou no Bahia, mas levantou, oferecendo goleadas como quem distribui doces de graça em festa de criança.

Na ópera rubro-negra de 2025, lotada de sinfonias de gol, não há espaço para falsos rumores. Os torcedores assistiram a uma dança de cadeiras multicoloridas e silenciosas, de fazer chorar qualquer poeta. O Maracanã merece mais que uma plateia ausente. No entanto, com o elenco mais afinado que um coral de passarinhos, o Flamengo vislumbra voos absurdamente altos, e promete esmigalhar qualquer desafiante num piscar de olhos e até mesmo num cochilo mais longo. Clássico dos Milhões? Mais fácil que resfriado em convite para festa rave. Que venham os gols, porque o Flamengo, meus amigos, é uma máquina de sonhos e delírios futebolísticos.